De que forma o ambiente escolar pode contribuir para o pleno desenvolvimento dos adolescentes na fase em que eles passam por grandes transformações? Essa foi uma das questões-chave levantadas pelo projeto Faz Sentido, uma iniciativa do Instituto Inspirare, com realização do Instituto Unibanco, Associação Congregação de Santa Catarina, Fundação Telefônica Vivo e parceria técnica do Instituto Tellus, Labi – Laboratório de Inovação Educacional e MEL – Media Education Lab.
Durante os Anos Finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, os estudantes costumam viver um período de grandes mudanças, não apenas físicas, mas também psíquicas, emocionais e sociais; eles têm novos comportamentos, necessidades e formas de aprender. Assim, as escolas têm o desafio de se adaptar para ser relevante para estes estudantes, engajá-los e promover aprendizagem – evitando a evasão escolar, que possui os índices mais altos nessa faixa etária.
Identificando essa lacuna, o projeto Faz Sentido se propõe a desenvolver soluções e orientações capazes de inspirar e instrumentalizar redes de educação, escolas e professores a redesenhar ações junto com suas comunidades escolares para promover as mudanças necessárias para essa nova educação.
O desafio inicial do projeto foi definido pela seguinte questão: “Como podemos apoiar redes de educação, gestores escolares e professores dos Anos Finais do Ensino Fundamental e do Ensino Médio a criar coletivamente, com a comunidade escolar, soluções para educação que façam sentido para os adolescentes e jovens do século XXI?”.
Para encontrar respostas a essa pergunta, o Instituto Tellus utilizou a sua metodologia autoral inspirada no Design Thinking e no Design de Serviços e reconhecida perante a Fundação Biblioteca Nacional, do Ministério da Cultura. Ela é composta por quatro etapas distintas: Diagnóstico, Exploração, Co-criação e Implementação.
Os primeiros municípios engajados na criação e na experimentação do projeto foram São Miguel dos Campos (Alagoas) e Salvador (Bahia). Em seguida, ao longo de cinco anos, entre 2014 e 2019, sete redes municipais e quatro redes estaduais de educação, além de oito escolas, participaram ativamente na evolução das ferramentas e disseminação do projeto Faz Sentido.
A primeira etapa da metodologia do Instituto Tellus consiste em uma análise inicial realizada de forma ampla com a finalidade de identificar e priorizar as oportunidades de melhorias mais latentes nas áreas de interesse do projeto.
Assim, nessa fase foram realizadas diversas atividades, como elaboração do mapa de desafios, oportunidades e prioridades, mapeamento de atores e possíveis parceiros, desk research, oficinas, visitas, observações e entrevistas e reuniões de kickoff.
Um dos objetivos do Diagnóstico foi, por exemplo, investigar quais práticas que aproximam e quais afastam o adolescente das escolas. Além disso, procurou-se entender quais as principais dores, motivações e formas de relacionamento dos atores envolvidos – professores, gestores e técnicos.
Para cruzar as descobertas feitas nas oficinas e visitas, foi criado um mapa mental dos principais desafios que escolas e redes de educação enfrentam ao trabalhar com adolescentes. Diante desses desafios, foram identificadas oportunidades de atuação para o projeto Faz Sentido.
O Diagnóstico é um momento de imersão e aprofundamento do contexto do projeto a fim de explorar o desafio e investigar as reais necessidades e anseios dos atores envolvidos. Com esse intuito, nessa segunda etapa foram realizadas visitas, experimentações e observações nas escolas, entrevistas de profundidade, oficinas de entretenimento e criação de personas e infográficos dos analisados.
Com base nisso, a equipe Tellus pode identificar os principais problemas que resultam na baixa participação do estudante e na ausência de sentido da escola. Dificuldades no aprendizado, exclusão social reforçada e baixo nível de participação foram alguns dos fatores relacionados a essa situação, além do cenário de professores e gestores desmotivados.
Além disso, nessa fase também é praxe, a partir dos insights colhidos até então, reelaborar a pergunta desafio que norteia o projeto. Nesse caso ficou: “como podemos desenhar uma plataforma amigável com um conjunto variado e customizável de soluções para os Anos Finais do Ensino Fundamental e Médio, que permita que cada rede, escola, gestores escolares e professores elaborem suas próprias soluções para educação envolvendo a comunidade escolar?”.
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Na terceira etapa do projeto Faz Sentido, foram co-criadas e testadas ideias de soluções. A ideia de co-criar, ou seja, criar em conjunto, pressupõe o envolvimento do maior número de atores possível nesse momento, justamente para que se construam hipóteses que beneficiem a todos.
Portanto, durante essa etapa, foram realizadas oficinas de co-criação com usuários, servidores e outros parceiros do projetos, além de protótipos, testes e validações com feedbacks com as equipes das escolas.
Após as co-criações e validações, foi definido que o projeto atuaria em três frentes:
Por fim, a última etapa consistiu na implementação das soluções co-criadas e testadas por alunos e professores. Logo, esse foi o momento de concretização do projeto, que resultou na validação de uma metodologia aberta e adaptável, com orientações, ferramentas e guias práticos voltadas a redes de ensino, escolas e professores a fim de apoiar a superação de desafios e conectar o Anos Finais do EF e o EM ao universo dos estudantes do século XXI.
Além do site e do desenho do fluxo de navegação na plataforma, foi elaborada uma trilha composta por cinco etapas:
Para cada item e tema, a plataforma disponibiliza ferramentas, como templates, e também estudos, recomendações e práticas. Além disso, há também mentoria online para quem deseja implementar uma trilha, com vídeo-aulas, textos, infográficos e espaços para registrar reflexões ao longo do percurso.
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