Duplo Diamante: uma ferramenta essencial para o Design Thinking

Diamante Duplo: Uma ferramenta essencial para o Design Thinking

Popularizado pelo Design Council no início dos anos 2000, o modelo do Duplo Diamante é um processo para resolver problemas que ficou famoso por se tratar de uma metodologia fácil de ser entendida e visualizada e, atualmente, é muito utilizada pelo Design Thinking.

Separado em quatro fases — Descobrir, Definir, Desenvolver e Entregar —, recentemente o modelo ganhou uma atualização. Neste artigo, falaremos mais sobre essa metodologia. Acompanhe!

Como é o Duplo Diamante no Design Thinking?

O Duplo Diamante utilizado hoje no Design Thinking é uma versão atualizada e mais completa do que o modelo proposto pelo Design Council. Nela, foi levado em consideração também o engajamento entre os envolvidos no projeto e a liderança, que precisa promover um ambiente com condições para incentivar a inovação. 

Diamante Duplo: Uma ferramenta essencial para o Design Thinking

No entanto, em ambos os modelos, existem quatro fases proposto pelos diamantes:

  1. Entendimento: início do projeto, essa etapa funciona como uma fase de diagnóstico. Ela é usada para que os envolvidos possam compreender as condições atuais e o contexto do objeto que será impactado.
  2. Análise e Pesquisa: esse momento é utilizado para que a equipe envolvida possa identificar o comportamento do público-alvo e as oportunidades existentes.
  3. Cocriação: como o próprio nome indica, é a fase de cocriação entre todos os envolvidos. Trata-se, portanto, da fase da concepção das ideias finais, antes de serem prototipadas.
  4. Experimentação: fase na qual as ideias tornam-se protótipos, sendo testadas e refinadas. Consiste no momento em que o produto ou serviço é finalizado e, finalmente, lançado no mercado.

O Duplo Diamante é considerado, hoje, uma ferramenta para ser usada em conjunto com várias outras. Isso porque, desde o seu surgimento, o campo do Design também viu várias mudanças acontecerem e outras importantes teorias serem desenvolvidas.

O Design Digital, por exemplo, foi uma dessas grandes transformações. Um projeto nesse campo, normalmente, começa pelo segundo diamante. Contudo, muitas vezes surgem problemas mais profundos que exigem que se volte ao primeiro.

Se você gosta de processos, sugerimos que veja “How do you design? – A compendium of models”, criado por Hugh Dubberly. Trata-se de um documento com quase 150 páginas sobre outros modelos disponíveis no mercado.

Duplo Diamante, Design Thinking e inovação

Segundo a CDO do Design Council, Cat Drew, “cerca de quatro ou cinco anos atrás, havia uma enorme quantidade de toolkits, alguns muito bem projetados. Mas seguir um toolkit não é o mesmo que projetar uma boa solução para o problema certo. É mais sobre mentalidade do que sobre ferramentas. Por exemplo, ser humilde e aberto a ideias vindas de todos os lugares e mudar como resultado de feedback; ser curioso sobre o que realmente está acontecendo e como as coisas estão funcionando (ou não) e trabalhar em equipe, deixando de lado o ‘gênio solitário’”.

Ela, ainda, completa “da mesma forma, usar o Design para resolver problemas requer ‘condições facilitadoras’. Isso inclui uma liderança que permite às equipes tentar coisas novas (e nem sempre acertar, mas aprender com o processo). Sem isso, as equipes entusiasmadas com uma sessão de experimentação do Design Thinking podem acabar frustradas”. 

Quer saber mais sobre o Design Thinking? Confira um exemplo no vídeo abaixo:

Como o modelo do Duplo Diamante e o Design Thinking ajudam no desenvolvimento de soluções para o setor público

Sabemos que essa visão é um pouco complexa para o cenário de serviços públicos. Como já falamos anteriormente, o Design de Serviços Públicos não tem muito espaço para experimentação e erros, mas é aí que entram os cenários controlados (labs) que possibilitam inovar cada vez mais.

Drew também afirma que “cerca de 15 anos depois, com milhões de acessos do Google e usados ​​em todo o mundo, o Duplo Diamante certamente ajudou a expor o processo ‘invisível’ de design. Mas o valor está no resultado, não no processo. Quando pergunto às pessoas sobre o valor disso, escuto respostas como ‘isso me ajuda a reformular a pergunta’ ou ‘me ajudaram a experimentar mais de uma ideia e testar qual é a certa’. O que aconteceu com o resultado de usá-lo? Precisamos melhorar a forma como contamos as histórias do valor do design, de maneiras que signifiquem algo para as pessoas. Como, por exemplo, uma determinada comunidade local conseguiu que seu governo não apenas redesenhasse o trimestre financeiro, mas também estabelecesse caminhos para que os moradores vivessem em um cenário mais ‘verde’.”

Aqui no Instituto Tellus, ao longo de dez anos de atuação, desenvolvemos nossa metodologia própria de inovação e Design de Serviços Públicos baseada principalmente nas ferramentas e métodos de inovação, Design Thinking, Design de Serviços e no modelo Duplo Diamante.

Isso significa que nossos projetos têm dois grandes momentos, sendo um de divergência e outro de convergência. Nossa abordagem tem três princípios:

  • Empatia: entendimento empático e exploração do contexto do cidadão e dos servidores.
  • Cocriação: construção “com” e não “para” a sociedade civil.
  • Experimentação: teste para aprender errando de forma rápida e barata.

Nossa metodologia é dinâmica e flexível e foi desenvolvida para auxiliar na execução dos nossos projetos. Não é uma receita de bolo, mas ela dá os ingredientes necessários para que os chefs — os nossos designers — utilizem a criatividade, com colaboração e mão na massa.

Quer saber mais sobre Design de Serviços e inovação no setor público? Confira o Tellus Podcast #8 com Germano Guimarães, co-fundador e diretor do Instituto Tellus: